"Imagino uma escola, lugar de sonhos e fantasias, onde o corpo, faminto de SABER encontre o SABOR da descoberta, o prazer de aprender..."

( Rubem Alves)

Leve COMO UMA PLUMA, ALTA COMO UMA TORRE, QUENTE COMO UM NINHO E DOCE COMO O MEL...

Dentro do assunto Casas, moradias, usamos a história a seguir como leitura compartilhada.
Conta a história de um menino que luta arduamente para construir sua própria casa. ele faz uso de todos tipos de materiais baratos e caros que tinha disponível e, após muitos fracassos, aprende uma lição lindíssima.

A casa feita de sonho
Leve como uma pluma,
alta como uma torre,
quente como um ninho
e doce como o mel,
assim imaginei
desde pequeno
a minha casa…

Mais tarde, quando me encontrei só no mundo, como não tinha dinheiro, resolvi construí-la com as próprias mãos. Fiz primeiro a minha casa de papel, que é um material barato.
E assim que ficou pronta, vieram todos os ventos da Terra e levaram a minha casa de papel, leve como uma pluma…
Fiquei sem casa, mas não desisti. E fiz a minha casa à beira-mar, com areia da praia, que é um material barato.
Mal estava pronta, vieram todas as marés do mundo e levaram a minha casa de areia, alta como uma torre…
Deu-me vontade de desistir, mas eu precisava de uma casa, e sobretudo não podia abandonar o meu sonho.
E resolvi fazer a minha casa de madeira, que é um material barato. Cortei-a dos bosques, com as próprias mãos! Ficou linda!… Escondida entre a folhagem…
Mas ainda mal a tinha acabado, vieram todos os fogos do céu e queimaram a minha casa de madeira, quente como um ninho… Chorei sobre as cinzas, como se chora uma pessoa querida que morreu.
Mas, mesmo assim, não desisti. E resolvi fazer a minha casa de açúcar…
Mas o açúcar não é um material barato! Pois não…
Mas eu precisava de uma casa, e sobretudo, não podia abandonar o meu sonho.
Trabalhei, lutei, passei fome, para juntar o açúcar suficiente…
E quando a minha casa estava pronta — eram de açúcar as paredes, o chão, o tecto, os móveis, as portas e as janelas — vieram todos os bichos da Terra e devoraram a minha casa de açúcar, doce como o mel…
Fiquei sem casa. E desisti de construí-la com as próprias mãos…
Perguntam-me onde moro… Onde moro eu? Sei lá!… Vou pelo mundo, aqui, além, no bosque, à beira-mar… Perguntam-me se não tenho casa… Tenho, sim! Eu podia lá abandonar o meu sonho!…
Resolvi imaginá-la. Num sítio onde não chega o vento, nem o mar, nem o fogo, nem os bichos da Terra.
Fiz a minha casa com o meu próprio sonho. Ficou linda!
Leve como uma pluma, alta como uma torre, quente como um ninho e doce como o mel…
Ricardo Alberty
A casa feita de sonho
Melhoramentos de Portugal, 1991

Após, cada um desenhou a sua "CASA FEITA DE SONHO"

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