"Imagino uma escola, lugar de sonhos e fantasias, onde o corpo, faminto de SABER encontre o SABOR da descoberta, o prazer de aprender..."

( Rubem Alves)

Para pensar

Segundo os construtivistas, não se aprende por pedacinhos, mas por mergulhos em conjuntos de problemas que envolvem vários conceitos simultaneamente. No caso da alfabetização, utilizar textos do cotidiano é muito mais produtivo do que seguir uma cartilha. Isso não quer dizer que o ensino não deva ser objeto de planejamento e sistematização. Você, professor, costuma ficar atento ao que cada aluno já sabe para fazer com que avance, em ritmo próprio?

Pós- Construtivismo

O que é o método pós-construtivista?

Aprender é bem mais do que estar informado, defende a educadora Esther Pillar Grossi. Para ela, “aprender é raciocinar, selecionar informações para estabelecer juízos e raciocínios”. Nesse sentido, a internet é um pequeno auxiliar, que não contém a força do aprendizado em si. “Essa força está na condução do professor para que o aluno construa esquemas de pensamento”, disse com exclusividade à IHU On-Line, em entrevista por telefone. Ela critica a falta de embasamento teórico dos professores, que mesclam em sala de aula o empirismo, o inatismo, o construtivismo e o pós-construtivismo. Essa base teórica periclitante, espécie de salada de frutas conceitual, é a responsável em boa parte pelo fracasso escolar, alfinetou. Não restam dúvidas que deve “haver uma reformulação completa na forma de ensinar”.
Graduada em Matemática, Esther tem mestrado pela Sorbonne, em Paris. Em 1970, com mais 49 professores de Porto Alegre, fundou o Grupo de Estudos Sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa), tornando-se uma liderança na busca de soluções aos grandes problemas da escola pública brasileira. Desde abril de 2002, Grossi coordena, em Porto Alegre, o projeto O prazer de ler e escrever de verdade, realizado pelas ONGs Geempa e Themis, com recursos do Ministério da Educação, e que objetiva a alfabetização de mil mulheres em três meses. Por sua proposta inovadora, a realização do projeto está sendo especialmente acompanhada pela Unesco e pelo Unicef. De sua produção bibliográfica, citamos A coragem de mudar em educação (Petrópolis: Vozes, 2000), Por que ainda há quem não aprende? - A política (São Paulo: Paz e Terra, 2004) e Como areia no alicerce – Os ciclos escolares (São Paulo: Paz e Terra, 2004). Conhecida por pintar seus cabelos de várias cores, Esther Grossi afirma que é mais fácil trocar a cor das madeixas do que mudar a educação e a política.


PROPOSTA PÓS-CONSTRUTIVISTA
(GEEMPA)
  • o ensino se apóia no pensamento dos alunos;
  • considera a aprnedizagem um fenômeno social e organiza a interação na sala de aula através de pequenos grupos de alunos;
  • aposta que todos podem aprender;
  • avalia durante o processo para planejar
Material de apoio para o professor
Didáticas da Alfabetização - Editora Paz e Terra





ALFABÉTICO NÃO É ALFABETIZADO

Diferença entre aluno alfabético e aluno alfabetizado

O alfabético descobriu a sílaba escrita, tem enorme interesse por ela e nela se detém prioritariamente. Consegue ler globalmente somente palavras isoladas e lê silabicamente um texto. Ora, ler silabicamente não proporciona graça e prazer, porque se perde o essencial, que é o sentido da escrita ou a sonoridade de sua leitura.
Um alfabético só se torna alfabetizado sob certas condições. Precisemos antes, porém, um conceito de alfabetizado.
É a pessoa que consegue ler um texto simples e que consegue escrever um texto, também simples. Para tal, ela precisa saber associar letras a sons na ordem de mais de dois terços de nosso alfabeto, senão lhe é impossível atingir habilidades de ler e escrever um texto simples. Outrossim, um
alfabetizado de verdade entende o que lê, não é um soletrador. Já atingiu a capacidade de ver o todo das palavras, sob pena de perdê-las na segmentação de sílabas.
O texto que segue permite ilustrar o que é a leitura das palavras como um todo.


DE AORCDO COM UMA PQSIEUSA DE UMA UINRVESRIDDAE IGNLSEA, NÃO IPOMTRA EM QAUL ODREM AS PRTEAS DE UMA PLRAVAA ETÂSO, A ÚNCIA CSIOA IPROTMATNE É QUE A PIREMRIA E ÚTMLIA PRTEAS ETEJASM NO LGAUR CRTEO. O RSETO PDOE SER UMA TTAOL BÇGUANA QUE VCOÊ PDOE ANIDA LER SEM POBRLMEA.
ISTO É POQRUE NÓS NÃO LMEOS CDAA LRTEA ISLADOS, MAS A PLRAVAA CMOO UM TODO. VDAERDE!

Um
alfabetizado é um aprendente que não recua mais, ou seja, que não perde o que aprendeu. Em outras palavras, não pode esquecer o que conquistou, assim como alguém que aprendeu a andar de bicicleta disto se apropria para toda a vida. Pode adquirir mais destreza ou diminui-la pela falta de exercício, mas não desaprende de andar. Este é um divisor de águas entre um processo de alfabetização que atingiu o limiar básico, tomado por Magda Becker Soares como parâmetro alfabetizatório e tantos outros que se contentam em chamar de alfabetizado aquele que desenha o seu nome e conhece o alfabeto. Aliás, foi a pretensão de um certo prefeito de uma cidade do interior do Brasil, que disse: " Analfabeto eu não sou, porque conheço todas as letras. Só não sei acolherá-las. Quem as acolhera para mim é a minha filha."


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